sexta-feira, 21 de novembro de 2008

De volta, só pelo dia da Homeopatia !

No dia 21 de novembro, comemora-se o dia da Homeopatia, e depois comento porque. Resolvi escrever pois recebi ma linda mensagem da Farmácia Nova Era, através de um de seus sócios e grande amigo Pedro Figueiredo, um pequno texto da genial Virgínia Woolf:
"Considerando quão comum é a doença, quão tremenda a transformação espiritual que ela produz, quão assombrosos, quando as luzes da saúde baixam, os países ignotos que são então expostos, que ermos e desertos da alma um ligeiro ataque de gripe põe à vista, que precipícios e gramados salpicados de flores brilhantes uma pequena elevação da temperatura revela, que antigos e empedernidos carvalhos são desarraigados em nós pelo ato da enfermidade, como descemos ao poço da morte e sentimos as águas da aniquilação pouco acima de nossas cabeças e depertamos pensando nos encontrar na presença dos anjos e dos harpistas quando temos um dente extraído e chegamos à superfície na cadeira do dentista e confundimos seu "Enxágüe a boca... Enxágüe a boca" com a saudação de Deus curvando-se do piso do Céu para nos dar as boas-vindas - quando pensamos nisso, como somos tão freqüentemente forçados a fazer, torna-se realmente estranho que a doença não tenha tomado o seu lugar ao lado do amor, da batalha e do ciúme entre os temas principais da literatura."

Virginia Woolf (On being ill)

É preciso dizer mais alguma coisa sobre para que serve doença?

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Similia similibus curentur (III)

Podemos então concluir que esta semelhança nos é comunicada pela Energia Vital, esta que é considerada um dogma pelos críticos da Homeopatia. Sim, há críticos e sobram. Por outro lado a Homeopatia é, ainda, uma ciência muito recente do ponto de vista histórico: apenas duzentos e poucos anos. Antes desta época, havia dificuldade, no meio científico, de reconhecer-se qualquer coisa que não pudesse ser vista, tocada, sentida e cheirada. Depois vieram o gás encanado, o eletromagnetismo e a eletricidade. O grande problema é compreender-se a totalidade do fenômeno biológico-físico-químico. Filósofos e cientistas tentam o tempo todo e a Homeopatia tem muito a contribuir para tanto, desde que nos deixem pesquisar com liberdade de métodos, coisa ainda impensável, infelizmente, numa época de tantos recursos tecnológicos.

domingo, 28 de setembro de 2008

Similia similibus curentur (II)

(cont.)
Pensemos a partir da Energia Vital e o exemplo do café. A excitação causada por esta substância é atribuída à cafeína, seu principal princípio ativo, pelo raciocínio bioquímico. Podemos atribuir o sintoma “excitação” à cafeína, mas fica a pergunta: e os outros sintomas? Responderia o cético displicente: cada qual reage a esta ação bioquímica de modo diferente! Responde o cético “strictu sensu”: de fato temos que achar uma resposta “neuro-bioquímica-hormonal-psíquica” para tal fenômeno, pois somente o efeito da cafeína será incapaz de produzir explicação para tais fenômenos, além dos conhecidos toxicologicamente! Responde o (ou este) homeopata: o café contém a cafeína e o conjunto de mais substâncias na sua inteireza que conferem uma identidade vegetal, com ciclo de vida, classificação, evolução, e tudo o que pode ser atribuído a um vegetal; o ser humano idem, pois têm de comum alguma coisa que os comunica, a Energia Vital de um e outro dando direção a um movimento criador das tais sensações incomuns. Difícil? Então tome um café para pensar e, em caso de “pregos enterrados na cabeça”, procure um homeopata...

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Similia similibus curentur (I) ...

Preâmbulo:
Uma pessoa toma café em excesso e sente uma excitação mental, fala exageradamente, perde o apetite e o sono; uma segunda pessoa toma o mesmo café, quantidade excessivamente igual, sente igualmente uma excitação, anima-se uma pouco a conversar, e sente uma leve e passageira perda do apetite.
Aquela primeira pessoa após o café recebe uma boa notícia e sente-se mal,excessivamente excitada, surge uma enxaqueca cuja dor lhe causa uma sensação de “pregos enterrados na cabeça”; a outra, após algum tempo, sente um cheiro de café na urina e repara um pequeno aumento do desejo de urinar.
Que temos aqui? Uma mesma substância, o café, e sensibilidades diferentes. Parece óbvio, é óbvio, mas há fenômenos bem mais interessantes neste exemplo do que a simples “diferença de organismo”. A segunda pessoa experimentou efeitos comuns do café que muitos de nós sentimos igualmente e alguns nem isso, dado o hábito cultural que temos a esta bebida. Já a primeira pessoa foi além: experimentou sensações mais elaboradas do ponto de vista sensorial e psicológico.
Podemos dizer que houve um primeiro efeito do café mais comum e outros efeitos mais raros e peculiares, respectivamente para a segunda e primeira pessoas. E daí? Daí que este simples fenômeno vale para todas as substâncias, sejam tóxicas, medicamentosas, alimentares, de quaisquer origens, desde que consiga interagir conosco e outros seres vivos.
Ter-se-á, dependendo da susceptibilidade de cada um, efeito primário e secundário. No caso acima em relação ao café, teremos a “excitação”, por exemplo, como reação primária e típica desta substância. Já o mal estar “a partir de uma boa notícia” e enxaqueca “como se pregos estivessem enterrados na cabeça” acontecem a uma pessoa, mas não com freqüência e por causa de café. Trata-se de reações secundárias e estes efeitos são preciosos para a Homeopatia. É exatamente aí que se dá o fenômeno da semelhança ou similitude. Os sintomas raros e peculiares que definem a escolha do medicamento partem destes caminhos.
Continua no próximo post...

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Princípios da Homeopatia...

Se procurarmos desde o mais simples, antigo e caseiro manual de Homeopatia ao mais completo “tratado”, encontraremos o seguinte: “Os pilares da Homeopatia são a Lei dos Semelhantes, a Experimentação no Homem São (saudável), as Doses Infinitesimais e o Medicamento Único”. Vistos assim tais pilares a muitos, principalmente aos críticos, parecem dogmas. Não são e é isto que tentarei aqui discutir em termos compreensíveis a todos.
Fico a pensar porque, num blog, enveredo-me por um caminho tão complicado. Não seria melhor colocar uns casos de curas clínicas e pronto, aí estaria uma bela divulgação desta ciência... Mas não é bem assim e durante esta semana vamos saber o porquê.

Comecemos, antes, pela questão mais polêmica para a maioria, a Energia Vital. Talvez muitos conheçam a definição, por exemplo, da Medicina Tradicional Chinesa, do “Chi” ou “Ki”, dependendo do texto, como a energia que circula e emana de todas as coisas vivas. Para os hindus é o Prana. Em todas as culturas tradicionais (nossos indígenas inclusive) deste planeta há uma consciência desta energia como a própria vida.
A exceção a esta regra é justamente a nossa cultura ocidental pós-iluminista. Temos um exemplo bem aqui, na modernidade da “grande rede”: http://pt.wikipedia.org/wiki/Energia_Vital , onde se diz:
“Energia vital, na homeopatia, é uma força interna do indivíduo, responsável pelo equilíbrio e manutenção da vida orgânica. Provém do ar, da água, dos alimentos e do sol, sendo que o estado de saúde depende desta energia”.
Aqui se coloca o ser vivo o vegetal e o animal (normalmente desacreditam o mineral como ser vivo) a depender da fonte de energia, feito maquinas que despendem combustível. É comum dizermos: “estou sem energia”, e realmente nos sentirmos assim. Questão simples de linguagem. Esta definição é incompleta e não representa o que pensa a maioria dos homeopatas. Dizer que o estado de saúde depende desta energia significa dizer que devemos procurá-la, encontrar e dominar suas fontes. Agindo assim ficaremos como cães a correr atrás do próprio rabo.
Ficaria melhor dizer que a Energia Vital é a substância da qual se origina tudo que é vivo e tangível, que permeia todas as formas, movimentos e acontecimentos da Vida. Não se perde nem se ganha energia, se troca e se transforma. Antoine Lavoisier (1743-1794) dizia que “na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Isto vale para a química e para a vida.
Com este olhar sobre a Energia Vital nos será mais fácil para, num ritmo “blogueiro” entender o próximo post, a Similitude, a famosa Lei de Semelhança, Similia similibus curentur, a ver...

domingo, 21 de setembro de 2008

O Medicamento Homeopático...

Os fármacos homeopáticos originam-se dos três grandes reinos da Natureza, Mineral. Vegetal e Animal. Em nada diferente da origem de todos os medicamentos tentados por todas as práticas médicas em todos os tempos, em todas as culturas. A questão é a forma como se utiliza a substância que se transformará num medicamento.
Em Homeopatia as substâncias são diluídas, ultra-diluídas na verdade, e dinamizadas nos intervalos entre as diluições, dependendo da escala (CH, FC, LM, etc.) utilizada (dosagem, no sentido comum). A dinamização corresponde a uma quantidade determinada de “chacoalhadas” a que a solução diluída é submetida, ajustando-se assim a potência do medicamento.
Não quero, neste blog, abusar de informação didática, mas devido à complexidade do assunto e à utilização sistemática, para a crítica maliciosa e sem fundamentos, da falta de informação que a chamada “mídia” faz da Homeopatia, não perdendo uma oportunidade sequer de, vez em quando, tentar desclassificá-la enquanto matéria científica, ofereço aqui neste espaço estes esclarecimentos iniciais.
O site neste link http://www.homeopatiaveterinaria.com.br/medicamento.htm pertence a uma brilhante colega minha, veterinária e Doutora com “D” na academia oficial. Ali todos poderão entender um pouco mais sobre o medicamento homeopático e ver que não é nada misterioso.
A seguir os princípios da Homeopatia ...

sábado, 20 de setembro de 2008

Para começar...

Os médicos homeopatas tratam do paciente e não da doença. Todos ouvem falar disto, mas o que isto significa? Não é tão fácil quanto parece compreender tal diferença, pois nossa cultura é estabelecida nas bases do “combate à doença”, como se nossos sintomas fossem uma praga a nos desequilibrar, um castigo ou um ataque externo à nossa bem nascida saúde. Nada mais falso pensar que nascemos completamente saudáveis e que o mundo cruel está pronto a nos fazer doentes, sem mais nem menos. Está aí a genética para provar que isto não existe. Mas além desta ciência, que é parte importante no processo, o nosso equilíbrio obedece a princípios naturais que sempre individualizarão cada um de nós. Se encontrarmos dez pessoas com diagnóstico de úlcera estomacal vamos ouvir dez queixas diferentes, ainda que o lugar de referência seja a região da “boca do estômago”. Por quê? Porque cada um sente o sintoma a seu modo, segundo suas referências de sensibilidade, somadas às idiossincrasias que o meio cultural, ambiental e social-econômico lhes suscita. Se tão somente a lesão estomacal é atenuada paliativamente com os medicamentos disponíveis na alopatia (e são muitos) não há cura, mas sim um adiamento deste mesmo processo para daqui a outra situação. A tendência é a cronificação do processo e um tormento que se acumula.
A medicina homeopática para cuidar das dez pessoas citadas no exemplo acima, irá buscar os sintomas raros e peculiares de cada um, e aí sim, a partir deste conjunto individualizado, propor o medicamento.
O “Sintoma Raro” volta a qualquer momento. Enquanto isso, aos comentários...